Orphée de Jean Cocteau
Tiragem cinza,
1.000 exemplares numerados
Nova coleção de livros raros e ilustrados
Temos o prazer de apresentar ao público nossa nova coleção de livros raros e ilustrados. São reedições de obras insólitas, antigamente impressas em séries limitadas: textos assinados por grandes autores; grandes clássicos da literatura; obras às vezes vetadas pela censura em sua época por causa de seus conteúdos subversivos; ou ainda ilustradas por artistas renomados.
Para inaugurar esta nova coleção, disponibilizamos um belo livro inteiramente produzido pelo poeta favorito da SP Edições – como provam nossas edições de A Bela e a Fera, A voz humana e Le Mystère de Jean l’oiseleur –: Jean Cocteau.
A tiragem original desta nova edição de Orfeu é limitada a 50 exemplares, em papel de algodão (esgotada).
Uma transposição contemporânea do mito de Orfeu
Jean Cocteau é o escritor por excelência dos mistérios, da beleza e da criação, do amor sublime e da magia. Em sua obra, as referências clássicas encontram-se lado a lado com um impulso moderno incomparável, num júbilo quase celestial. Pois Jean Cocteau sempre quis “esticar a pele dos mitos”, como mostram suas criações desde a juventude, como Antígona, peça encenada no L’Atelier em 1922. O autor tinha apenas 33 anos, mas sua carreira já era sólida, tendo ele a fama de dândi e de príncipe da poesia, e nada parecia ser capaz de impedir sua ascensão. Para reviver a heroína de Sófocles, cuja coragem o comovia, ele se cercou de um time dos sonhos: Arthur Honegger compôs a música, Charles Dullin dirigiu a peça, Picasso cuidou da cenografia e Antonin Artaud encenou um dos papéis principais.
Já fazia provavelmente vários anos que Jean Cocteau considerava o projeto de revisitar o mito de Orfeu quando deu início ao projeto, no verão de 1925, dois anos após a morte de Raymond Radiguet. Este último, romancista genial, anjo precoce impedido rápido demais de ascender à glória por uma febre tifóide mal diagnosticada, abandonou aquele que era seu mentor e seu cúmplice, deixando-o inconsolado. Inconsolado talvez, mas mais profícuo do que nunca, para sua própria surpresa... Os anos 1920 foram de tremenda produtividade artística para Jean Cocteau, também estimulado pela turbulência cultural do período entre guerras.
Os heróis da Antiguidade fascinavam Cocteau. No mesmo hotel da Riviera Francesa onde já havia composto, previamente, o inesquecível Le Mystère de Jean l'oiseleur – o hotel Welcome, em Villefranche-sur-mer –, o autor continuou com o seu trabalho em torno dos mitos. Desta vez, é Orfeu que voltará à vida através de sua pena. Cocteau o imaginará à sua própria imagem, um criador de inspiração ressequida, lançado no caminho de uma nova busca.
“Vocês conhecem o mito: Orfeu, o grande poeta da Trácia, conseguia domar as feras. Ora, ele acabara de realizar algo muito mais difícil: ele acabara de seduzir uma jovem, Eurídice, e de arrancá-la do ambiente perverso das Bacantes. A rainha das Bacantes, furiosa, envenenou a jovem. Orfeu obteve permissão para ir procurá-la no Inferno, mas o pacto o proibia de se voltar para olhá-la; se ele se virasse, a perderia para sempre. Ele se virou. As Bacantes o agrediram e o decapitaram, e, mesmo decapitada, sua cabeça continuava a chamar por Eurídice.” Jean Cocteau resumiu assim a trágica história do poeta mítico Orfeu, a qual manifestava ter seguido “passo a passo” numa peça que, no entanto, desejava que fosse contemporânea.
Ao lado de Orfeu e Eurídice, novos personagens nasceriam, assim, das mãos e da imaginação do escritor: o anjo Heurtebise, com a “túnica azul-clara dos operários”; a Morte, personificada por “uma jovem muito bonita em um vestido de baile rosa brilhante” e “tratada no estilo dos mistérios da Idade Média”; mas também um comissário, um oficial de justiça e um cavalo branco.
Um ato, um intervalo. Georges Pitoëff e Ludmilla Pitoëff desempenharam os papéis principais de Orfeu e Eurídice, enquanto Marcel Herrand vestiu o traje do vidraceiro Heurtebise. A peça foi encenada pela primeira vez em 17 de junho de 1926, no Théâtre des Arts, em Paris, e publicada no ano seguinte pela editora Stock, Delamain et Boutelleau.
"A edição de luxo de Orfeu sai amanhã. É um livro muito, muito bonito" (Jean Cocteau, 1944)
Em 1944, as edições Rombaldi publicam uma edição de luxo dessa tragédia com toques shakespearianos e modernos. Ela é apresentada em uma caixa com desenhos enigmáticos de cobras, e contém 40 litografias feitas à mão por Jean Cocteau, entre as mais líricas do poeta.
Orfeu é uma figura e um mito que continuarão a acompanhar Jean Cocteau ao longo de sua carreira. Todos os elementos que fazem sentido e ressoam na abordagem do artista parecem condensados aí: as armadilhas do amor, a inspiração em todas as suas formas, o abismo da morte e sua implicação na vida, o renascimento. Bem como símbolos frequentemente invocados por Cocteau, como o espelho: “Je vous livre le secret des secrets. Les miroirs sont les portes par lesquelles la Mort va et vient. Ne le dites à personne. Du reste, regardez-vous toute votre vie dans un miroir, et vous verrez la mort travailler, comme des abeilles dans une ruche de verre.” [Eu lhe entrego o segredo dos segredos. Os espelhos são as portas pelas quais a Morte vem e vai. Não conte a ninguém. Além disso, olhe para si mesmo em um espelho durante toda a sua vida, e verá a morte trabalhando, como abelhas em uma colmeia de vidro.]
Uma edição limitada composta de duas tiragens
Oferecemos ao público a reprodução do texto e dos desenhos originais de Jean Cocteau, numa edição limitada e numerada. Impressos em preto, em páginas inteiras, os desenhos do poeta criam uma abertura onírica, a exemplo daquelas “portas pelas quais a Morte vem e vai” que ele colocou no coração de sua peça – os espelhos. Quase se pode sentir, ao longo do tremor dos desenhos, o sopro de Heurtebise, o anjo da guarda inventado pelo escritor para zelar pelo destino de Orfeu e revelar-lhe “o segredo dos segredos”.
Um posfácio de Dominique Marny
Dominique Marny é escritora e curadora de exposições. Ela dedicou cinco livros a seu tio-avô, Jean Cocteau, incluindo Jean Cocteau ou le roman d’un funambule (Éditions du Rocher). Ela é presidente do Comitê Jean Cocteau.
N°1-50: Tiragem original azul celeste, papel de algodão
N°51-1000: Tiragem cinza.
está esgotada.
A tiragem azul celeste
(50 ex. numerados) está esgotada.
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Grande formato
CForam impressos 950 exemplares
desta edição cinza.
Cada caixa é feita à mão.
Avis Clients
Magnifique cadeau reçu de la part d'un être cher : l'ouverture de Don Giovanni. Extrêmement bien emballé ! J'espère que vous proposerez une gamme encore plus élargie comme des poètes d'amour.
C’est toujours avec grand plaisir que je découvre vos éditions.
Super comme d'habitude.